Não é exagero dizer que os dados se tornaram o coração da nova economia.
Em 2023, o volume global de dados gerados chegou a 120 zettabytes, e a projeção é que atinja 181 zettabytes até 2025. E o mais relevante: mais de 60% desses dados serão processados em tempo real.
Eles já não servem apenas para relatórios retroativos: hoje, direcionam ações em tempo real, alimentam modelos de inteligência artificial, ajustam operações dinâmicas e criam novas fontes de receita.
Mas para que isso aconteça, é preciso mais do que armazenar informação: é preciso arquitetura, integração, governança e estratégia.
A evolução da infraestrutura de dados
Durante décadas, os dados corporativos estiveram centralizados em data warehouses, otimizados para análises retroativas e relatórios executivos.
Com o crescimento do volume, variedade e velocidade dos dados (os 3Vs do Big Data), surgiram os data lakes com maior flexibilidade para dados estruturados e não estruturados.
Hoje, o desafio é ainda maior: dados precisam estar disponíveis em tempo real, distribuídos entre diferentes domínios, acessíveis por várias equipes e preparados para consumo por modelos de IA generativa.
É nesse contexto que surgem arquiteturas como data mesh, streaming pipelines e lakehouses, com foco em escalabilidade, descentralização e governança.
Dados como plataforma de decisão e automação
Dados já não servem apenas para entender o passado. Eles são o insumo central de sistemas preditivos, modelos prescritivos e mecanismos de automação. Combinados a modelos de machine learning e IA generativa, dados permitem:
- Antecipar demandas e ajustar estoques;
- Customizar ofertas em tempo real;
- Automatizar diagnósticos em saúde;
- Detectar fraudes em milissegundos;
- Criar produtos personalizados baseados em comportamento.
Apesar disso, 83% dos dados nas empresas ainda estão isolados em silos e apenas 12% estão totalmente aproveitados para decisão em tempo real. A maturidade analítica de uma empresa hoje se mede pela sua capacidade de transformar dados em ação.
Governança e cultura: os pilares invisíveis
Com dados distribuídos por múltiplas fontes e sistemas, a governança se torna ainda mais crítica. Isso envolve:
- Definição de papéis e responsabilidades sobre cada conjunto de dados;
- Implementação de ferramentas de catálogo e linhagem;
- Controles de qualidade, segurança e conformidade;
- Monitoramento de acesso e uso via observabilidade de dados.
Mas a governança só é eficaz se acompanhada de uma cultura orientada a dados.
Isso significa que as decisões precisam ser baseadas em evidências, com fluência analítica disseminada entre todas as áreas. Um dado marcante: apenas 29% das empresas dizem confiar totalmente nos dados que usam diariamente.
Dados como produto e fonte de receita
As empresas mais avançadas estão transformando seus dados em plataformas abertas. Não se trata mais de explorar os dados apenas internamente, mas de:
- Expor APIs de dados para parceiros e desenvolvedores;
- Criar marketplaces de dados;
- Monetizar informações via produtos analíticos e relatórios customizados;
- Oferecer modelos de IA treinados com dados proprietários.
Segundo a MIT Technology Review, 1 em cada 3 empresas já monetiza seus dados externamente — seja com vendas diretas ou produtos baseados em dados.
No setor financeiro, o open finance é um exemplo claro. Mas essa tendência se estende para o varejo (comportamento de consumo), logística (dados de entrega e rastreamento), agro (clima, solo, produção) e saúde (histórico clínico).
Case real
Consolidação de dados para o setor jurídico de um banco digital
Um banco digital brasileiro enfrentava um desafio significativo: consolidar dados dispersos em múltiplas bases de microserviços para atender ordens judiciais com prazo crítico e risco de multa.
A Tinnova atuou com foco em:
- Padronização e consolidação dos dados;
- Proteção de dados sensíveis (PII);
- Entrega de relatórios com alta confiabilidade e agilidade.
Resultados alcançados:
- R$ 20 milhões mensais em custo mitigado;
- 92,8% de redução de custos;
- Zero multas aplicadas;
- Feedback positivo dos órgãos reguladores.
Esse é um exemplo prático de como uma arquitetura de dados bem estruturada, com governança, automação e segurança, pode gerar valor imediato para o negócio.
Barreiras técnicas e organizacionais
Apesar do potencial, a evolução para uma estrutura moderna de dados esbarra em desafios:
- Sistemas legados com baixa integração;
- Ausência de padrões e documentação;
- Silos organizacionais que dificultam a fluidez dos dados;
- Falta de profissionais com formação técnica e visão de negócio;
- Dificuldade em mensurar o ROI de iniciativas de dados.
Superar essas barreiras exige uma abordagem transversal, com patrocínio executivo, gestão de mudança e investimentos em tecnologia, processos e pessoas.
O papel da IA na cadeia de valor dos dados
Modelos de IA generativa estão impulsionando uma nova fase de uso de dados:
- IA para gerar dados sintéticos e enriquecer conjuntos de treino;
- IA para interpretar e resumir dados complexos (ex: dashboards em linguagem natural);
- IA como usuária de dados em tempo real, via agentes autônomos;
- IA para orquestração de pipelines e otimização de consultas.
Isso exige que os dados estejam acessíveis, confiáveis e contextualizados — ou seja, preparados para consumo por máquinas e não apenas por humanos.
Caminhos para evoluir com dados
Para que os dados cumpram seu papel estratégico, é preciso avançar em quatro frentes:
1. Arquitetura moderna: streaming, cloud, microsserviços e integração via APIs.
2. Governança robusta: segurança, compliance, padronização e transparência.
3. Cultura orientada a dados: formação, aculturação e envolvimento de toda a organização.
4. Monetização e produtos de dados: criar APIs, relatórios e serviços baseados em dados para uso interno e externo.
O desafio está em orquestrar
Mais do que ferramentas, dados exigem orquestração. A capacidade de integrar fontes, garantir qualidade, democratizar acesso e entregar valor em tempo real. Nessa nova anatomia, os dados são o sistema nervoso das organizações digitais.
Na Tinnova, ajudamos empresas a estruturar essa base com eficiência, escalabilidade e segurança. Se você quer entender como transformar seus dados em vantagem competitiva, fale com nossos especialistas.


